quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ponto de ônibus

Segunda-feira, dia 26 de janeiro, o documentário Outros Carnavais e Infantes da Piedade foi exibido pela primeira vez para as pessoas que dele fizeram parte. Havia, além dos nossos novos amigos que se transformaram em personagens do filme e seus familiares, havia muitos amigos na platéia. Amigos, que são da família, amigos amigos. Foi uma noite bonita. Uma confraternização, que certamente não será esquecida por muitos dos que estiveram no Ponto Cine naquela ocasião, por transformadora, especial que foi.
Na saída, após os cumprimentos e as despedidas na singela recepção oferecida aos convidados, o shopping onde funciona o cinema já estava fechado, poucas pessoas restavam ainda por lá, encaminhamo-nos também para ir embora, pois a viagem de volta ao Centro da cidade prometia ser longa. Passava das onze horas da noite, saímos Marcela, meu pai, Pedro e Victor e eu para o ponto de Ônibus. Para minha surpresa, ainda tinha gente esperando condução para voltar para casa: Algenir e sua esposa, Bira e suas filhas e Jorge Bogodô. Nossos novso amigos.
Foi um novo encontro, o que aconteceu depois do evento. Não éramos mais sambistas, passistas, presidentes de escolas de samba, personagens, gente de carnaval, documentaristas, espectadores, universitários. Éramos pessoas comuns, cidadãos, cujos destinos dificilmente teriam se cruzado dentro de um ônibus, ou à espera de um.
Feito passageiros, entramos todos no mesmo Ônibus, dividindo não só o espaço, mas a curiosidade pelo outro. Um novo encontro - breve e sacolejante. Descemos do ônibus, Marcela, meu pai, Pedro e Victor e eu, para tomar o que vinha atrás e que nos levaria direto ao nosso destino. Despedimo-nos, aos sorrisos, despediram-se os destinos, "boa noite".
Mais à frente, na Avenida Brasil, o Ônibus parou para desembarque de passageiros. No ponto havia mais gente à espera de condução: Tia Annir, Hellen, Valesca, Annir e outras crianças da família. Um aceno, outro encontro, este muito mais breve, "boa noite, até outro dia". Esperavam condução para voltar à casa, como faziam Algenir, Bira e sua família, como talvez tenham feito sempre.
Quando, finalmente, o ônibus despontava veloz rumo à cidade, os pensamentos já voavam pelas pistas daquela grande Avenida.