sexta-feira, 29 de julho de 2011

Estamira



+ 29.07.2011
Estamira (Documentário, Brasil, Séc. XXI. Direção: Marcos Prado)

A sua Estupidez não lhe deixa ver...

terça-feira, 26 de julho de 2011

Timing

Quém já viu o entardecer? De um dia de inverno? Cerros parados, bem lá no céu, mudando de cor. Amarelo, laranja, vermelho, lilás. É quando o céu deixa seus matizes prediletos e suspira em verde. Ou prende a respiração, de fato. A hora suspensa. Brecha no espaço-tempo. Pode-se ouvir até o rumor surdo da existência no silêncio, na luz que se esmaece.
Há muita natureza aí, é claro. Apenas evolução. O homem sobre a face da Terra, temendo a noite. Últimos instantes para uma mudança de estado.
Lá em cima, mais baixo que os cerros, mas ainda bem alto, um avião branco avança lentamente (a mais de 500 quilômetros por hora). Placidamente. É uma paisagem. Poderia ser natureza-morta. Não a rigor, mas em relação ao movimento que se desenha. Do alto dos edifícios, parece mesmo paisagem. O avião não chega a perturbar o silêncio estático da tela. Tudo está tão longe...
Filho da pressa. Láurea conseqüência da luta do homem com a noite, com a distância, com a sua finalidade. Aqui no Rio, dá para ver os aviões que sobrevoam a cidade a todo instante (em intervalos regulares de 10 minutos? Somente Cindacta saberá…) aterrizando e decolando da cabeceira da pista, no caminho da Escola Naval. São manobras fenomenais. Uma maravilha técnica. Tudo é tão veloz…
Havia cachoeiras. Muitas delas, numa serra que foi virada e revirada no caminho do garimpo de diamantes. Havia muitos diamantes ao sul, em Minas Gerais, a serra é a mesma; era natural que houvesse diamantes na Bahia também. A água escavou vales impressionantes nas camadas rochosas vulcânicas. Como fatias de mortadela empilhadas durante milhares de séculos. A água escavou. Fez surgir cascatas. Há tempo para lá se estar e então há tempo para pensar que não houve pressa. Deusa da paciência. Senhora dos ciclos. Tudo é tão orgânico…
Água para enxaguar as idéias.
Muitos impulsos eletrônicos depois, o que veremos?
Tudo é mero descompasso?...