Despeço-me
Ando nas ruas e já na próxima esquina
Não sou mais
Fatigado de tanto meter ao peito tantas vidas,
Procuro sobriamente deitá-las fora,
Mas me vêm em forma de desatinada dor.
Um passo e deixo na rua um pouco de mim
Mas à frente o mundo me antecipa e me refaz
E caminho perpassado pelos modos, de outros, incômodos
Exausto de mal-moldurados quadros,
favelas, gravuras, vitrines, caixotes-edifício
Integrantes-fato que participam à orquestra do caos
Que me constrói
Cometo hoje o mesmo gesto
Da outra quinta-feira, última quinta-feira
Quando me suicidei
Mas só mesmo o gesto se repete
Refeito de outro modo
Pois é outra a mão
A executar e não é o mesmo
Quem o leva a termo
Diante do caixote-edifício em que habito,
Esqueço-me dos demais caixotes-edifício que
A cidade afirma, das mal-molduradas vidas
Incomodamente metidas ao peito e deitadas fora
Sobriamente.
Despeço-me
Não sou mais
Me demito: bom dia!
17/07/2007
Ando nas ruas e já na próxima esquina
Não sou mais
Fatigado de tanto meter ao peito tantas vidas,
Procuro sobriamente deitá-las fora,
Mas me vêm em forma de desatinada dor.
Um passo e deixo na rua um pouco de mim
Mas à frente o mundo me antecipa e me refaz
E caminho perpassado pelos modos, de outros, incômodos
Exausto de mal-moldurados quadros,
favelas, gravuras, vitrines, caixotes-edifício
Integrantes-fato que participam à orquestra do caos
Que me constrói
Cometo hoje o mesmo gesto
Da outra quinta-feira, última quinta-feira
Quando me suicidei
Mas só mesmo o gesto se repete
Refeito de outro modo
Pois é outra a mão
A executar e não é o mesmo
Quem o leva a termo
Diante do caixote-edifício em que habito,
Esqueço-me dos demais caixotes-edifício que
A cidade afirma, das mal-molduradas vidas
Incomodamente metidas ao peito e deitadas fora
Sobriamente.
Despeço-me
Não sou mais
Me demito: bom dia!
17/07/2007