domingo, 26 de outubro de 2008

O homem de 24 anos soluçou

Na janela, precipitando o fim do telefonema
Pelo princípio do transe
Rompeu-se em lágrimas
Cerrou-se no quarto e
Logo seu corpo grande inclinara-se
Sacudindo em espasmos brutos
A dor que o envergara

Do alto de seus vinte e quatro anos,
Do alto da plena juventude,
Do alto de seu quarto no sexto andar,
Aquele homem chorou.

Pranto desses que vêm em soluços,
Transfiguram o rosto,
Desses que apavoram, dão agonia em quem vê
Mas ninguém viu.
Foi egoísta até nisso.

Ficou horrendo, lastimável
Com toda força que cabia em si
Para soluçar

Com medo e com prazer
Correu ao banho, meteu-se em água fria
Onde sentia as lágrimas molhar
Ora soluço, ora choro,
Viu a vez de se enxugar





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