sexta-feira, 26 de junho de 2009

Travessia


"Aqui a estória se acabou.
Aqui, a estória acabada.
Aqui a história acaba".



Atravessei. Foram alguns meses, amor e ódio, muitos espinhos, dureza, flores, brisas, sóis e chuvas. Grande sertão: veredas é. A arte acontece em forma de prosa: caminhei léguas pelos Gerais, comi nacos de carne seca, mastiguei punhados de farinha e rapadura, cavalguei, entrei em batalhas mortais sob fogo de rifles e combléns. À noite, à beira do fogo, o jagunço Riobaldo - Tatarana, Urutú-Branco - conta histórias de Quipes, Alaripe, Jõe Bexiguento, sobredito o "Alpercatas", Pacamã-de-Presas, Acauã, Fafafa e Paspe. Ele fala de Reinaldo, "Diadorim".

Desfecha sublime.

Na travessia, colhem-se flores:

"Moço: toda saudade é uma espécie de velhice".
"O amor, já de si, é algum arrependimento".
"Ficar calado é que é falar nos mortos".
"Tempo é a vida da morte: imperfeição".


Um comentário:

Pedro David disse...

O que existe e homem humano, travessia.